Programa de Prevenção do Câncer de Próstata

O câncer de próstata É o mais frequente nos homens e o segundo maior causador de mortes no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), estima-se que 400 mil pessoas com mais de 45 anos tenham a doença e que a maioria não tenha conhecimento disso. Anualmente, são diagnosticados 35 mil casos, com 8 mil óbitos. Só em 2005 foram registrados 46 mil e 300 novos casos. Esses valores correspondem a um risco estimado de 51 casos novos a cada 100 mil homens.

 

Todo homem após 45 anos deve procurar frequentemente um urologista para examinar a sua próstata. Homens que já tiveram histórico da doença na família (avô, pai ou irmãos) devem procurar um especialista cinco anos mais cedo, ou seja, por volta dos 40 anos.

 

Os maiores riscos do câncer de próstata residem no fato da doença não apresentar sintomas em sua fase inicial, justamente quando o homem pode ser curado. Se diagnosticado precocemente, ele pode ser tratado por cirurgia, com elevada chance de cura, ou com radioterapia. Para identificá-lo, além do toque retal, os urologistas submetem os pacientes também à coleta de sangue, para que o PSA, substância produzida pela próstata, seja dosado. Em caso de suspeita, é feita a biópsia. Ainda não existem formas de evitar o câncer de próstata.

 

A PRÓSTATA

Importante órgão do aparelho reprodutor masculino, a próstata tem a função de produzir a secreção que participa do esperma, representando 30% do volume deste. Essa secreção serve como meio de transporte, alimento e proteção para os espermatozoides. Situada logo abaixo da bexiga e em frente ao reto, a próstata fica em volta da uretra, tem a forma de uma castanha e pesa em torno de 20 gramas.

 

DEVO MESMO CONSULTAR UM UROLOGISTA PARA ISSO?

A consulta com o urologista tornou-se uma rotina nos dias de hoje. O câncer de próstata é o tumor maligno mais detectado no sexo masculino e atinge grande parcela da população após os 50 anos. A utilização dos novos meios de diagnóstico e tratamento do câncer de próstata permite a detecção precoce e a cura desta doença.

 

Apesar disso, muitos homens relutam em consultar o medico urologista pelo receio de se submeter ao toque retal. Mas por que isso é necessário? Será que com toda evolução tecnológica da medicina atual este exame ainda precisa ser feito? Não há um exame que substitua esse toque? Essas perguntas são repetidas insistentemente por todos os que consultam os urologistas.

 

As respostas são curtas e secas: “É necessário porque é o melhor exame” ou então “O toque faz parte do exame físico”.

 

Na verdade, as razões que levam as pessoas a ter receio de se submeter ao exame vão desde questões simplesmente culturais até o medo de descobrir mesmo uma doença e ter que se tratar.

 

Todavia, quando recebem explicações mais detalhadas sobre o toque retal, todas as pessoas que consultam o urologista vencem facilmente qualquer constrangimento e não se incomodam mais em serem examinadas.

 

PORQUE NÃO POSSO SIMPLESMENTE FAZER UM EXAME DE SANGUE OU UMA ULTRA-SONOGRAFIA?

Na fase em que a doença pode ser curada não ocorrem manifestações clínicas. Porém, ausência de sintomas não representa ausência de doença. O tumor inicial é muito pequeno para provocar desconforto nos indivíduos. Se esperarmos o crescimento do tumor a ponto de produzir sintomas, perderemos a oportunidade de curar o câncer da próstata. Por isso é necessário procurar pelos primeiros sinais que o câncer de próstata produz, antes que ele se manifeste.

 

Quando o tumor é muito pequeno, os métodos de diagnóstico por imagem não são capazes de distinguir claramente o tumor do tecido normal. Com frequência, o exame diz que não existe tumor, mas ele está presente. Outras vezes o exame sugere que existe um problema, mas na realidade é apenas uma inflamação. Tumores pequenos são identificados corretamente pela ultra-sonografia em menos de 50% dos casos.

 

Ao tocar na próstata, através do reto, o urologista consegue sentir a área endurecida. Para garantir maior segurança no exame preventivo a melhor opção é a realização do PSA e do toque retal em conjunto.

 

O TOQUE RETAL É DOLORIDO?

O médico deve fazer o exame delicadamente para não provocar dor no paciente. Normalmente, o toque é feito com o dedo indicador, revestido por uma luva de plástico ou de látex, adequadamente lubrificada. A dor só ocorre se o paciente já tiver um problema na região do ânus. Porém, mesmo assim, é mínima. A sensação de dor é afetada por problemas psicológicos. Normalmente, a pessoa que sente medo do exame, refere mais dor. Porém, a maioria das pessoas, depois de devidamente esclarecida sobre o exame pelo seu médico, fica tranquila e refere que o toque retal é muito mais simples do que lhe parecia. Mesmo na presença do câncer, o toque retal não dói.

 

DEPOIS DE DESCOBERTA, COMO A DOENÇA É COMBATIDA?

Há diversas maneiras de eliminar o câncer, como a radioterapia e a cirurgia radical de próstata. O médico urologista saberá qual delas indicar em cada caso.

 

O CÂNCER DE PRÓSTATA PODE SER EVITADO?

Não existe ainda nada comprovado que possa prevenir o aparecimento do câncer. Entretanto, sabe-se que hábitos de vida saudáveis podem evitar várias doenças, entre elas o câncer. Deve-se ter uma dieta rica em fibras, frutas e vegetais ricos em licopeno (frutas vermelhas), evitar gorduras, evitar álcool em excesso e não fumar.

 

O QUE O UROLOGISTA QUER SABER, AO FAZER O TOQUE RETAL?

Ao fazer o exame, o médico procura identificar a próstata, que fica logo à frente do intestino reto. Ele avalia o tamanho do órgão, seus limites e características anatômicas habituais. A próstata normal tem consistência macia (como a da ponta do nariz), limites precisos e um sulco na região mediana, que a divide em dois lobos laterais (direito e esquerdo). O tamanho é equivalente ao de uma noz.

 

Quando há hiperplasia benigna, a próstata cresce, mas preserva sua consistência e seus limites, que continuam fáceis de identificar. Se existir um tumor, o urologista pode sentir uma região (nódulo) com a consistência bastante endurecida (pétrea) e identificá-lo quando ainda é curável (pequeno). Neste caso, ele poderá indicar a realização de uma biópsia de próstata para confirmação da suspeita. Com tumores grandes, toda a próstata fica endurecida e seus limites ficam difíceis de identificar. Quando o toque retal é feito anualmente, a partir dos 50 anos, o médico identifica a doença quando ela ainda é apenas um nódulo e tem todas as chances de cura. Se o exame é adiado para quando os sintomas surgem, a doença será identificada apenas quando for tarde demais.

 

Veja, nos desenhos a seguir, como é feito o toque retal: